Quem já pensou, na doação de órgãos?! Acho que a maioria de nós não pensa muito nesta questão, a menos que se veja confrontado com esta tomada de decisões.
Sou sincera, esta tema nunca fez muito parte do meu pensamento. Nunca perdi muito tempo a pensar neste tema, mas claro que tinha uma opinião formada acerca do assunto, a qual não mudou até hoje.
A maioria das vezes pensar em transplante, relaciona-se também com a morte de alguém.
Se for de alguém que nos é muito querido? Se for de algum amigo nosso? Se for da pessoa que mais amamos no mundo?
Este é um tema que tem vindo graças a Deus a tornar-se cada vez mais público e também mais esclarecedor.
A minha opinião desde sempre, foi a favor da doação (não digo isto por actualmente saber que irei precisar, estou apenas a dar a minha opinião Sincera). Se podemos salvar vidas, porque não fazê-lo?! Tem todo o sentido, tal como dar sangue...FAZ TODO O SENTIDO! Doar órgãos não é muito diferente.
Acho que temos que pensar num todo, por vezes a doação pode ser feita de pessoas ainda vivas.
Conheço um caso que uma mãe doou um rim ao filho, aqui fala mais alto claro, o amor de mãe. Então e se fosse um caso de leucemia, não deveríamos pelo menos fazer o teste para sabermos se somos compatíveis com quem precisa? O que ganhamos com isto? Salvamos uma vida, e fomos solidários com o nosso próximo.
Solidariedade é a palavra mais correcta para a doação. Quando existe uma morte, onde os órgãos não são afectados, porque não concordar com a doação, se aquela vida já não se pode salvar?!
Imagino que para a família não será fácil tomar esta decisão, sem existir expressa a vontade da pessoa em questão.
Actualmente, a nossa lei diz, que a partir do momento em que a pessoa nasce já adquire o estatuto de dador, caso não o queira ser, tem de manifestar essa vontade, inscrevendo-se no Registo Nacional do Não Dadores, podendo em qualquer altura alterar a sua posição em relação ao não transplante. Mas vejamos o tamanho desta legislação, mesmo que não queira ser dador e tiver essa vontade registada, se necessitar de um transplante, este não ser-lhe-a negado!! ISTO É QUE É UMA LEI PELA POSITIVA!
Sinceramente, acho que uma decisão destas, não se resume a uma Legislação imposta, resume-se ao Amor, à Solidariedade, à Caridade que temos para com os outros. Sim, porque doar uma parte de nós, é demonstrar todos estes sentimentos por alguém, que possamos conhecer ou não.
Tem de existir a consciencialização social para enfrentar este caso, considero que este seja um problema que diz respeito a cada um de nós, e também à responsabilidade que temos como membros de uma sociedade.
Encarar a morte não é fácil, mais difícil é nesse momento ter de decidir se segue enfrente a doação dos órgãos ou não. Tendo em atenção que nem todas as pessoas mortas podem ser dadoras, devido ás várias "alterações" a que o seu corpo esteve sujeito enquanto vivo.
Pensemos então, a morte está declarada, não existindo registo do Não Doador, a pessoa à partida é dadora, mas a família tem de dar autorização, não é fácil! Mas se perceberem que estão perante um acto nobre quer para quem partiu, quer para quem assiste à doação, não hesitará em fazê-lo!
Uma vez que, se não se der "utilidade" a órgãos saudáveis capazes de salvar vidas, o que os espera será a decomposição, qual será a maior dor? Então porque não salvar uma vida??
O que eu quero transmitir com a minha opinião, é que perante a doação de órgãos devemos pensar, que é transformar morte em vida, acaba sempre por ser um pouco mais reconfortante. Acima de tudo, este deve ser um tema que deve ser conversado, e discutido sempre no meio familiar com a finalidade de esclarecer e deixar vontades bem definidas.
Mensagem:
“o acto de amor que é expresso com a doação dos próprios órgãos vitais
permanece como um testemunho genuíno de caridade que sabe olhar além da morte
para que vença sempre a vida. Do valor deste gesto deveria estar bem consciente
quem o recebe; ele é destinatário de um dom que vai além do benefício
terapêutico. O que recebe, de facto, ainda antes de ser um órgão é um
testemunho de amor que deve suscitar uma resposta de igual modo generosa, a fim
de incrementar a cultura da doação e da gratuidade”. Papa Bento XVI